
Protocolo é Protocolo – E por um bom motivo
Existem situações que parecem, à primeira vista, até contraditórias:
- Pilotos kamikazes, durante a Segunda Guerra, usavam capacetes, mesmo sabendo que suas missões eram suicidas.
- Na aplicação da pena de morte por injeção letal, o médico realiza cuidadosamente a assepsia do local antes da aplicação.
Esses exemplos, por mais extremos que sejam, têm um ponto em comum: o protocolo é seguido até o fim. Não importa se, no resultado final, ele não “pareça” fazer sentido para quem está de fora. O que importa é que o processo é respeitado, sem exceções arbitrárias, porque ele representa disciplina, padrão e segurança.
O mesmo se aplica às operações de estacionamento
Nos estacionamentos, vemos com frequência a equipe abrir mão de etapas do procedimento por acreditar que “naquele momento” não é necessário seguir tudo à risca. Um cliente “conhecido”, um movimento mais baixo, um horário tranquilo… e, de repente, um passo que deveria ser obrigatório deixa de ser feito.
Isso pode parecer inofensivo no momento, mas é justamente aí que mora o risco:
- A exceção de hoje vira hábito amanhã.
- Um atalho tomado em um dia calmo pode ser repetido em um dia crítico, com consequências graves.
- A memória operacional da equipe começa a se moldar em torno de improvisos e não do protocolo.
O valor real do protocolo
Um protocolo bem desenhado é fruto de experiência acumulada e lições aprendidas. Cada item que compõe o processo existe por uma razão — seja segurança, controle, padronização ou qualidade de atendimento.
Quando a equipe decide sozinha o que seguir ou não, sem autorização formal da gestão, quebra-se a lógica do sistema. E nesse ponto, já não é mais o mesmo processo; é um conjunto de decisões individuais.
O papel da liderança
Para evitar que isso aconteça, líderes precisam:
- Reforçar constantemente a importância do cumprimento integral dos procedimentos — inclusive nos momentos tranquilos.
- Explicar o porquê de cada etapa, para que o time compreenda que não é mera burocracia.
- Auditar e acompanhar a execução, demonstrando que o protocolo não é “opcional”.
- Corrigir de imediato quando identificar desvios, evitando que eles se repitam.
Conclusão
Assim como nos exemplos extremos do início, seguir o protocolo não é uma questão de “necessidade momentânea” — é uma questão de cultura organizacional e de disciplina operacional.
E no setor de estacionamentos, onde o menor deslize pode resultar em prejuízo, insegurança ou insatisfação do cliente, a exceção não pode ser a regra.
📌 Meu nome é Wellington Martins. Sou Head Executivo na Estacionamentoria e compartilho aqui minhas experiências no setor de estacionamentos. Este artigo faz parte da newsletter Pessoas, Processos e Negócios, uma curadoria de ideias e provocações para quem lidera operações e quer gerar valor com consistência.